A contratação de Daniel Carvalho é, de certo modo, um alívio para um elenco tão carente de qualidade técnica como o do Palmeiras. Talento e potencial são abundantes no meia desde que surgiu no Internacional e, quando está em forma, ele é capaz de decidir partidas, algo raro no grupo de jogadores palmeirense.
Daniel vem, teoricamente, para fazer companhia a Valdivia no setor de articulação do meio-campo. No início de carreira, Carvalho era um simples jogador de flanco driblador, mas aos poucos e principalmente com os problemas físicos em sua trajetória, desenvolveu a capacidade de acionar os companheiros e deixá-los em boas condições de marcar. Ele ainda não faz isso com consistência, mas quando fizer, poderá formar uma ótima parceria com o chileno para alimentar o ataque do Verdão.
Outra qualidade que Daniel traz ao grupo palmeirense é sua experiência em grandes decisões, outra carência do grupo de jogadores. Basta lembrar sua participação em um título mundial Sub-20 da Seleção Brasileira e seu destaque como melhor jogador da final da Copa da UEFA, quando conquistou a competição em seus tempos de CSKA.
Ninguém questiona a qualidade que Daniel Carvalho sempre teve como jogador. O que sempre lhe impediu de alcançar o nível que seu potencial sugeria foram as lesões e seus consequentes problemas com a balança. O jogador explosivo e veloz do início de carreira já não consegue passar pelos marcadores com a facilidade de antes.
A situação fica pior quando Daniel tenta fazer as jogadas que antes faziam parte de seu repertório, mas que agora já não consegue executar. O ponta driblador do início dos anos 2000 já tendia a um individualismo excessivo, mas as jogadas pessoais geralmente rendiam bons frutos. Agora, porém, Daniel já não passa pelos marcadores com tanta frequência, o que faz com que atrapalhe algumas jogadas de sua equipe quando tenta ser o jogador que já não é mais.
Além destes problemas, há a questão de como encaixar Daniel no time do Palmeiras. Mesmo com o novo reforço, Felipão não tem nas mãos um elenco suficiente para formar uma equipe virtuosa tecnicamente, e preencher o meio-campo com mais marcadores pode ser uma solução para dar competitividade à equipe. Por isso, a presença de dois jogadores frágeis defensivamente como Daniel e Valdivia podem tirar do Palmeiras a necessária consistência defensiva, forçando uma briga dos dois jogadores por um só lugar no time.
goal.com
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